Impacto das Enchentes no Comércio Eletrônico e Economia do Rio Grande do Sul

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Queda no Comércio Eletrônico

As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul desde o início de maio de 2024 causaram uma significativa redução nas vendas do comércio eletrônico no estado. Segundo uma pesquisa realizada pela Neotrust divulgada pelo Estadão Economia, houve uma queda de 30,5% nas vendas online em todo o estado. A região metropolitana de Porto Alegre, a capital gaúcha, foi ainda mais afetada, registrando uma redução de 45,7%.

Todos os segmentos do comércio eletrônico sofreram com as enchentes, com destaque negativo para a categoria de Moda, que viu seu faturamento diminuir em 64,6%. Beleza e Perfumaria e Eletrônicos também foram severamente impactados, com quedas de 63% e 59%, respectivamente. Em contraste, o segmento de Pet Shop registrou a menor queda, de 10,7%, seguido pelo setor de Saúde, com 14,6%.

Léo Bicalho, especialista da Neotrust, sugere que, apesar da queda atual nas vendas, o comércio eletrônico pode experimentar um aumento nos próximos meses. “Categorias como Móveis, Eletrodomésticos, Eletrônicos e Eletroportáteis, com cerca de 30% de representatividade nas vendas online, tendem a sofrer alta procura nos próximos meses, o que causará reflexos nos preços e impactará, possivelmente, os preços em todo o País”, afirmou Bicalho em um comunicado.

Antes das enchentes, de janeiro a abril de 2024, o Rio Grande do Sul representava 4,9% do faturamento do comércio eletrônico brasileiro, mas já havia registrado uma queda de 3,8% em comparação com o mesmo período de 2023, enquanto a queda nacional foi de apenas 0,1%. Com as enchentes, a participação do estado nas vendas nacionais caiu para 2,9%. A diminuição no faturamento do estado também afetou a variação das vendas em escala nacional, que teria sido de 11,8% em vez de 9,2% caso o estado não fosse considerado no cálculo.

Impacto Econômico Geral

Além de afetar o comércio eletrônico, as enchentes tiveram um impacto devastador na economia do Rio Grande do Sul como um todo. Antes da catástrofe, o estado estava experimentando um momento positivo na geração de emprego e renda. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em março de 2024, o estado atingiu um recorde histórico de 2.816.291 trabalhadores formais, a maior quantidade de vínculos ativos desde janeiro de 2020.

No entanto, a catástrofe natural do início de maio trouxe grandes incertezas para o futuro econômico do estado. Um levantamento da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) revelou que 94,3% das atividades econômicas foram afetadas de alguma forma pelas enchentes. “Os locais mais atingidos incluem os principais polos industriais do estado, impactando segmentos significativos para a economia”, afirmou Arildo Bennech Oliveira, presidente em exercício da Fiergs.

Perspectivas Futuras

Apesar dos desafios atuais, há uma expectativa de recuperação econômica impulsionada pela necessidade de reposição de bens duráveis e a reconstrução das áreas afetadas. Esse cenário pode levar a um aumento nas vendas de categorias como Móveis, Eletrodomésticos e Eletrônicos, tanto no comércio físico quanto no eletrônico.

Em conclusão, as enchentes no Rio Grande do Sul trouxeram grandes dificuldades para o comércio eletrônico e a economia do estado como um todo. A redução significativa nas vendas e o impacto em quase todas as atividades econômicas demonstram a gravidade da situação. Contudo, a previsão de aumento na demanda por bens duráveis oferece uma esperança de recuperação econômica nos próximos meses.

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